6 de outubro de 2010

Aprendizado ativo

Até hoje para parte da população o consumo de informações se baseia em ler jornais e revistas e assistir televisão. O consumo de conteúdo é feito passivamente. As pessoas aceitam o conteúdo selecionado por outras pessoas e compilados em um espaço limitado, seja ele de folhas de papel ou de horários da grade de programação.

Felizmente isso está mudando muito. Com a Internet saímos de uma posição passiva para uma posição onde procuramos o que queremos ler, ouvir e assistir. Entretanto isso não é realidade para todo mundo, no Brasil apenas 24% dos domicílios estão conectados a Internet (Pesquisa TIC Domicílios 2009).

Já no ensino parece que as coisas não mudaram muito. Até hoje temos aulas onde os alunos consomem informações passivamente. Todos sentados com um professor falando. Isso é estranho.

Na industria do entretenimento temos casos reais de empresas que estão fazendo sucesso oferecendo conteúdo por demanda. O Netflix, por exemplo, oferece filmes que podem ser alugados e assistidos pela Internet. Já o seu concorrente físico, a Blockbuster, pediu concordata.

E o ensino?

Existem iniciativas fantásticas por toda rede. A Khan Academy que possui centenas de aulas gratuitas sobre diversos temas, o Youtube EDU que traz aulas de grandes universidades dos EUA e o TED com palestras incríveis sobre assuntos variados. Tudo isso em vídeo. Além de milhares de pessoas que produzem conteúdo textuais para ensinar.

Pessoas conectadas a Internet podem ter acesso a conteúdos fantásticos em qualquer lugar do mundo a qualquer hora.

Nós nunca fomos tão independentes quanto ao aprendizado. Tudo depende cada vez mais apenas de você, pois a disponibilidade de conteúdo para alguém no Brasil, EUA, Japão, Alemanha, etc. é basicamente a mesma.

Se você quer aprender programação, desenho, jardinagem, como cozinhar ou quais os melhores exercícios para uma certa parte do corpo, é só procurar isso no Google, está tudo na Internet. Eu aprendi a programar em Python apenas usando material encontrado na Internet. O mesmo aconteceu com diversos outros assuntos relacionados a informática e também a desenvolvimento pessoal. Eu não precisei esperar a televisão exibir um programa ou algum professor me ensinar na sala de aula.

Nós estamos vivendo uma mudança de paradigma, onde você pode aprender o que quiser por que gosta ou precisa e não por que os seus professores acham que você precisará no futuro. Não estou descartando a importância dos professores, eles são e sempre serão importantíssimos para sociedade, mas talvez boa parte deles precise rever a forma de conduzir as aulas numa era onde os alunos tem o acesso a informações ilimitadas. Os professores não deveriam se sentir ameaçados pela Internet, eles deveriam aproveitar a tecnologia para trabalhar melhor certos conteúdos.

O maior acesso a banda larga implica rapidamente em um maior acesso a informação. Por mais que ela possa ser subutilizada as vezes, com o tempo as pessoas amadurecem e passam aproveitar o conhecimento disponível na grande rede. Uma população bem informada é muito melhor que uma de ignorantes.

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