20 de janeiro de 2010

Memória global: somos produtores de conteúdo

Este é o primeiro de uma série de posts sobre pensamentos meus a respeito da Internet e como ela de certa forma já é e caminha cada vez mais para se tornar uma espécie de memória coletiva global da humanidade.

Um grande avanço trazido pela Internet para as pessoas foi a possibilidade de se comunicar com qualquer lugar do planeta de forma instantânea. Com a estrutura da rede atual e com as ferramentas existentes somos capazes de saber de qualquer acontecimento no mundo em tempo real independentemente da importância dele, podemos saber se um grande desastre natural acabou de acontecer ou se simplesmente um amigo saiu para jantar fora.

Cada vez mais nós usamos a Internet para comunicação e cada vez mais nós produzimos conteúdo que fica armazenado na grande rede. A Internation Data Corporation estimou em 2007 que nesse ano (2010) 70% do universo digital será criado por pessoas ao invés de organizações. Mais de dois terços do conteúdo gerado na rede serão produzidos por pessoas, isto ocorre por que as empresas deixaram de jogar conteúdo na rede? Não, o que acontece é que cada vez mais pessoas publicam suas opiniões, noticias, informações pessoais, entre outros, aumentando ainda mais a quantidade de informação armazenada na Internet.

Um fator importante que sustenta esse modelo de produção de contéudo é a diminuição do custo de armazenamento. Você consegue publicar seus textos gratuitamente ou a um custo muito baixo, mas do outro lado existem servidores de empresas que guardam terabytes de dados. Armazenar parece não ser mais um grande problema para algumas empresas, pois hoje temos emails de vários gigabytes, temos contas de backup online com capacidades parecidas, temos vídeos em alta definição, documentos e músicas nas nuvens. Tudo de graça.

As nuvens! Eu precisava falar delas. A computação nas nuvens parece que veio para ficar, estamos migrando nossos dados para as nuvens, é fato. Se antes tinhamos emails, blogs e páginas pessoais na Internet, hoje, além disso, temos nossas fotos, vídeos, documentos, músicas, programas de tv, dados pessoais, informações sobre nossos amigos, etc. Tudo está na rede, tudo. Nunca na história da humanidade tivemos tantos dados sobre os mais variados assuntos guardados. Parece que temos um estoque infinito, ou melhor, uma memória infinita.

E o que fazer com tudo isso? É meio óbvio que tanta informação deve ter um valor proporcional ao seu tamanho. Afinal temos umas infinidade de dados produzidos ao longo de um certo tempo até os dias atuais, todos guardados. É uma memória inacreditável. Entretanto armazenar não tem muita serventia se não for possível recuperar esses dados. Se você não consegue encontrar o que guardou é como se você não tivesse aquilo que guardou.

Por isso os mecanismos de buscas sempre foram um ótimo negócio na Internet. Mesmo quando os usuários não tinham tanto espaço na produção de conteúdo os sites de busca apareciam como grandes estrelas na rede. Hoje em dia eles brigam com as redes sociais, mas é inegável a importância do Yahoo, Google, Bing, etc.

Será que hoje ou num futuro próximo os mecanismos de buscas atuais, baseados em texto, continuarão sendo suficientes para a procura de conteúdo?

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